quarta-feira, 8 de março de 2017

Análise de tema de redação da VUNESP

Depois das últimas leituras aqui no site nas quais falamos a respeito da construção do texto dissertativo, seus constituintes e de analisar alguns textos que falam sobre o processo de construção da dissertação no Enem, chegamos a um artigo com uma análise de tema de redação proposta pela VUNESP. Leia-a e, em seguida pratique muito para chegar afiado no vestibular e Enem.
Como eu disse, vamos demonstrar esse processo analisando a proposta de redação do vestibular da Vunesp em 2001.
Algumas pessoas dizem que os exames vestibulares são injustos e que não medem com precisão o conhecimento dos candidatos. Outras afirmam o contrário: os exames vestibulares das principais universidades do país são, no momento, os mais adequados instrumentos de avaliação e de seleção dos candidatos.
Alguns políticos sugerem que o acesso às universidades seja feito por análise de currículo, isto é, do rendimento do candidato ao longo da Escola Fundamental e Média. Outros, julgando que isso beneficiaria os alunos de escolas particulares, pleiteiam reserva de 30, 40 ou até 50 por cento de vagas nas universidades públicas para alunos das escolas públicas, único modo de evitar a injustiça social; mas há quem afirme que tal reserva também seria uma forma de injustiça, pois não premiaria o mérito, o esforço e o conhecimento dos estudantes e, além disso, esconderia o verdadeiro problema, que é a baixa qualidade do ensino nas escolas públicas.
O Enem — Exame Nacional do Ensino Médio, que busca verificar, por meio de uma redação e de 63 questões de múltipla escolha, se o estudante assumiu determinadas habilidades e competências durante o Ensino Médio, é por vezes apresentado como um possível substituto dos exames vestibulares.
Alguns professores, todavia, não concordam com essa ideia, por entender que o Exame Nacional não verifica o que é, de fato, ensinado, e que as questões de múltipla escolha não são o melhor instrumento de avaliação. Lembram também que um só exame para selecionar os vestibulandos de todo o País seria operacionalmente inviável e sujeito a erros e distorções.
Já houve quem sugerisse, na década de 70, que as universidades públicas efetuas-sem um sorteio de suas vagas, como forma de atingir todos os estratos sociais; já se sugeriu, também, que as universidades deveriam unificar seus exames vestibulares, pois isto pouparia esforços e gastos dos candidatos e de suas famílias, mas alguns analistas lembraram que tal unificação prejudicaria a liberdade dos candidatos de optar e concorrer apenas aos cursos e vagas das universidades que preferissem.
As fundações e comissões elaboradoras e aplicadoras de exames vestibulares das universidades públicas, por outro lado, declaram que incentivam permanentemente estudos e pesquisas, cujo resultado tem sido o aperfeiçoamento progressivo de suas provas como instrumentos de avaliação e de seleção.
Enquanto professores, educadores, especialistas, jornalistas, diretores de escolas e de cursos pré-vestibulares, reitores e autoridades educacionais sempre são consultados a respeito de tais temas e continuam alimentando a polemica, só raramente se pergunta a um dos maiores interessados na questão, que é o próprio candidato. Neste ano, marcado por reflexões sobre os principais problemas brasileiros, é bastante oportuno perguntar a você, vestibulando, o que pensa dos exames vestibulares e dos diferentes modos propostos ou já tentados para substituí-los. Seria para melhor? Para pior? Dever-se-ia acabar com os vestibulares ou aperfeiçoá-los? Você vê outras soluções para este problema, que tem mais de 80 anos?
Releia com atenção esse texto e, a seguir, escreva uma redação, de gênero dissertativo, sobre o tema:
Os exames vestibulares e o acesso à universidade.
Como você pôde observar, na proposição, a Vunesp reproduziu argumentos variados – tanto de educadores e comissões elaboradoras de vestibulares como de políticos, jornalistas e demais pessoas envolvidas com a questão. Em todos os casos, procurou alinhar posições que refletem diferentes pontos de vista. No fim, pede a palavra do vestibulando, o seu posicionamento.
Após ler e reler os vários argumentos, o vestibulando deveria assumir uma posição, defendendo este ou aquele processo de avaliação que daria acesso à universidade (essa seria a sua tese). Para tanto, ele utilizaria a base de alguns argumentos citados e lançaria algum argumento novo (o que constituiria o desenvolvimento de seu texto). Finalmente, fecharia o texto com uma conclusão coerente com sua tese e que estaria sustentada pelos argumentos apresentados.
Nesse caso, em que vários argumentos (e alguns contra-argumentos) podem ser apresentados, a elaboração de um esquema torna-se imprescindível.

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